sexta-feira, 6 de agosto de 2010

"Shri Tchaitanya Tcharitamrita"

   Esta é a única biografia completa e autorizada de Shri Tchaitanya Mahaprabhu, a figura do século XVI que revolucionou a Índia medieval – intelectualmente, apresentando a filosofia de que a Verdade Absoluta é pessoal; religiosamente, fundando um prodigioso movimento teísta; socialmente, desmascarando e reformando o sistema de castas; e, politicamente, lançando um movimento de desobediência civil em massa, 450 anos antes de Gandhi. Shri Tchaitanya Tcharitamrita é a obra que descreve os ensinamentos e o modo de ver a vida de Shri Tchaitanya. Numa época em que, no Ocidente, o homem dirigia seu espírito explorador para a investigação do mundo exterior e descobria novos oceanos e continentes, Shri Tchaitanya explorou os mistérios do eu interior, da mais elevada perfeição espiritual da humanidade.

"Shrimad-Bhagavatam" ("Bhagavata-purana").

   Shrimad-Bhagavatam é o texto mais importante de filosofia espiritual existente e abrange todos principais aspectos da civilização védica, que floresceu na Índia mais de 50 séculos atrás. Com toda sua sociedade fortemente alicerçada em valores espirituais, a cultura védica influenciou todas as outras civilizações antigas, em campos como: arte, literatura, astronomia, ciência, política, psicologia, misticismo, filosofia e religião. No Shrimad-Bhagavatam nós encontramos descrições detalhadas da criação do universo, o ciclo de nascimento e morte, a diferença entre as naturezas espiritual e material, transmigração da alma, a estrutura do universo, a organização perfeita da sociedade, a natureza do tempo, o mundo espiritual, poderes místicos, a história e origem do homem, o futuro, o sentido e principal objetivo da vida, e Krishna (Deus) e seus principais nomes, formas e passatempos.

"Bhagavad-gita Como Ele É"


   De maneira notável, o Bhagavad-gita, um dos mais conhecidos textos filosóficos do mundo, narra um evento dramático ocorrido num campo de batalha da Índia antiga. Momentos antes de entrar em combate, o guerreiro Arjuna começa a se perguntar sobre o verdadeiro sentido da vida. As questões levantadas por Arjuna neste texto intemporal têm surpreendente importância para nosso mundo moderno. A possibilidade de aplicação universal das idéias contidas no Bhagavad-gita tornam-no de fato um clássico da literatura universal. Durante milhares de anos, este famoso livro tem atraído a mente dos grandes intelectuais do Oriente e do Ocidente, como Thoreau, Emerson, Einstein, Gandhi, Huxley e outros. O comentário lúcido de Srila Prabhupada proporciona a todos os leitores acesso fácil a este clássico antigo e claro entendimento dele. A venda de mais de 14 milhões de exemplares em 50 línguas é prova óbvia da extrema popularidade e valor desta edição.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A adoração de Deus na época moderna

   O amor puro por Krishna existe eternamente nos corações das entidades vivas. Não é algo que possa obter de alguma outra fonte. Quando o coração se purifica com o processo de ouvir e cantar, a entidade viva desperta naturalmente.
[“Tchaitanya-Tcharitamrita”, Madhya-lila 22.107]
   Em todos textos védicos confirma-se que devemos meditar na Suprema Verdade Absoluta, Deus, e não em algo mais. Mas há diferentes processos de meditação recomendados para diferentes eras. O processo de meditação da yoga mística era possível em Satya-yuga, quando os homens viviam por muitos milhares de anos. Atualmente as pessoas não acreditam nisso, mas am uma era anterior havia pessoas que viviam cem mil anos. Essa era chamava-se Satya-yuga, e a meditação da yoga mística era possível naquele tempo. Nessa era, o grande yogi Valmiki Muni meditou durante sessenta mil anos. Portanto este é um processo que requer um período prolongado, não sendo possível executá-lo nesta era. Se alguém deseja fazer uma farsa, isso é outra coisa. Mas aquele que quer realmente praticar tal meditação levara tempo extremamente prolongado para aperfeiçoar-se. Na era seguinte, Treta-yuga, o processo de realização consistia em executar os vários sacrifícios ritualísticos recomendados nos Vedas. Na era seguinte, Dvapara-yuga, o processo era adoração no templo. Na era atual, o mesmo resultado pode ser atingido através do processo de glorificação de Krishna, a Suprema Personalidade de Deus.
   ***
   O que é um mantra? Em sânscrito, man significa mente e tra significa livrar-se. Desse modo, mantra é uma combinação de sons transcendentais que livra nossas mentes da ansiedade. A literatura védica antiga da Índia reconhece um mantra como maha (supremo) – o maha-mantra. O Kali-santarasa Upanisad explica que “Estas dezesseis palavras: Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare, Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare são particularmente apropriadas para neutralizar a ansiedade desta era atual de desavenças.” A vibração dos sons transcendentais que se emite ao cantar este maha-mantra é o método sublime para revivermos nossa consciência natural original. Este canto originou-se da plataforma espiritual. Pela experiência prática, percebemos que cantando este maha-mantra podemos sentir um êxtase transcendental, que supera todos os níveis mais inferiores de consciência, tais como os níveis sensual, mental e intelectual.
   O nome Krishna significa “o todo-atrativo”, o nome Rama significa “o todo-agradável” e o nome Hare é uma suplica à energia interna do Senhor. Portanto, o maha-mantra significa “Ó Senhor todo-atrativo e todo-agradável, Ó energia do Senhor, por favor aceita-me em Vosso serviço devocional.”
   Nenhum outro método de realização espiritual é tão eficaz nesta era de desavenças e hipocrisia, quanto este maha-mantra. Simplesmente por cantarmos Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare, Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare, podemos conseguir a liberação e voltar ao lar, voltar ao Supremo.

Começo do Movimento Hare Krishna

   Tchaitanya Mahaprabhu (Mahaprabhu significa "o Grande Mestre") apareceu na Bengala, Índia, em 1486, e viveu apenas quarenta e oito anos; contudo, Ele iniciou uma revolução na consciência espiritual, a qual afetou profundamente a vida de milhões. Célebre como um grandioso santo mesmo em Sua juventude, o Senhor Tchaitanya deixou Sua família e amigos aos vinte e quatro anos para ensinar a esquecida essência da milenar sabedoria védica em toda a Índia. Embora fosse Ele mesmo um místico completamente renunciado, o Senhor Tchaitanya ensinou como se pode agir com consciência espiritual mesmo dentro do lar, do serviço e dos assuntos sociais. Dessa maneira, Seus ensinamentos, embora intemporais, possuem especial relevância para o mundo contemporâneo. Ele ensinou um processo prático que todos podem executar para sentir diretamente o êxtase do amor puro por Deus.
   No ano de 1486, em Mayapur, Índia, apareceu o mais extraordinário reformador religioso, cultural e político. Seu nome é Shri Tchaitanya Mahaprabhu, o fundador do atual movimento Hare Krishna. Ele também é conhecido como Shri Gauranga, devido à sua compleição dourada. Aceito por muitos eruditos e teólogos como encarnação de Krishna, ou Deus, Shri Tchaitanya Mahaprabhu estabeleceu um revolucionário movimento espiritual baseado na antiga literatura védica.
   Ao atingir o vigor juvenil, o Senhor Tchaitanya começou a executar Sua missão divina de permitir que as pessoas de qualquer classe social tivessem acesso ao amor a Deus. Shri Tchaitanya ensinou que este despertar poderia ser obtido através do cantar dos santos nomes de Deus, o mantra Hare Krishna: Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare.
   Enquanto viajava por toda a Índia, multidões compostas de centenas de milhares de pessoas juntavam-se a Ele em maciços grupos de canto congregacional. Shri Tchaitanya receitava-lhes com freqüência um verso sânscrito, descrevendo a essência de Seus sentimento: "Nesta era de Kali (era das desavenças e hipocrisia) não há outra maneira para o progresso espiritual, não há outra maneira, não há outra maneira. Senão cantar os santos nomes de Deus, cantar os santos nomes de Deus, cantar os santos nomes de Deus".
   Os ensinamentos do Senhor Tchaitanya formam a base filosófica da Sociedade Internacional para Consciência de Krishna (ISKCON). Em 1986, os membros da ISKCON e milhões de pessoas em toda a Índia, e também no mundo inteiro, celebraram o 500º aniversário do advento de Shri Tchaitanya.
Através de um processo científico de despertar espiritual, Tchaitanya Mahaprabhu advogou uma religião universal para toda a humanidade, a qual agora está se espalhando com rapidez por todo o mundo.
   A Suprema Personalidade de Deus disse: “É unicamente através do serviço devocional que alguém pode compreender-Me como sou, como a Suprema Personalidade de Deus. E quando, mediante essa devoção, ele se absorve em plena consciência de Mim, ele pode entrar no reino de Deus”. [Bhagavad-gita, 18.55]
   O serviço devocional ao Senhor consiste essencialmente de nove atividades transcendentais executadas pelo devoto: 1) ouvir sobre o Senhor, 2) glorificar o Senhor, 3) lembrar-se do Senhor, 4) servir os pés de lótus do Senhor, 5) adorar o Senhor, 6) oferecer preces ao Senhor, 7) servir o Senhor, 8) desfrutar associação amigável com o Senhor e 9) entregar tudo ao Senhor. Essas nove princípios de serviço devocional - conjuntamente ou um por um - podem ajudar um devoto a permanecer constantemente em contato com Deus. Dessa maneira, ao fim da vida é fácil o devoto se lembrar do Senhor.
   Consta no Bhakti-rasamrita-sindhu (1.4.15-16), a ciência do serviço devocional: “No começo, deve-se ter um desejo preliminar de auto-realização. Com isto, o indivíduo sentir-se-á inclinado a associar-se com pessoas espiritualmente elevadas. Na fase seguinte, ele é iniciado pelo mestre espiritual elevado, e, sob sua instrução, o devoto neófito começa o processo do serviço devocional. Pela execução do serviço devocional sob a orientação do mestre espiritual, ele se livra de todo o apego material, alcança firmeza na auto-realização e adquire gosto em ouvir sobre a Absoluta personalidade de Deus, Shri Krishna. Este gosto continua propiciando o seu avanço, e ele então desenvolve apego à consciência de Krishna, que, ao amadurecer, manifesta-se como bhava (estádio preliminar ao amor a Deus), ou a fase preliminar do transcendental amor a Deus. O verdadeiro amor por Deus chama-se prema (o amor puro a Deus), a mais elevada etapa de perfeição da vida.” Na fase de prema, há uma constante ocupação no transcendental serviço amoroso ao Senhor. Então, pelo prolongado processo de serviço devocional, sob a orientação do mestre espiritual autêntico, é possível alcançar a fase mais elevada, livrando-se de todo o apego material, deixando de ter medo de adquirir a sua própria personalidade espiritual individual e eliminando as frustrações que resultam em filosofia vazia. Então, atinge-se por fim a morada do Senhor Supremo.

Quem é Deus?

   “Há muitas personalidades que possuem as qualidades de Bhagavan, mas Krishna é supremo porque ninguém pode supera-lO. Ele é a Pessoa Suprema, e Seu corpo é eterno, cheio de conhecimento e bem-aventurança. Ele é o Senhor Govinda primordial e a causa de todas as causas.” (Brahma-samhitã 5.1)
   Krishna também afirma no Bhagavad-gita: “Eu sou a fonte de todos os mundos materiais e espirituais. Tudo emana de Mim. Os sábios que conhecem isto perfeitamente ocupam-se em Meu serviço devocional e adoram-Me de todo o coração” [10.8].
   Deus não é apenas a Pessoa Suprema. Ele é a Verdade Absoluta. Ele é pleno de todas as opulências, a saber, força, riqueza, fama, beleza, conhecimento e renúncia em graus infinitos, por isso o nome principal dEle é Krishna, que significa “todo-atrativo”. Esta é a razão pela qual Sua supremacia é completamente inquestionável. Ele é a fonte de tudo, a causa de todas as causas. Nada acontece que não tenha sido sancionado pelo Senhor, nada existe que não seja Sua energia.
   O Senhor Supremo é tão individual como os outros seres vivos, mas Ele é diferente porque é o Supremo e todos os outros seres vivos são subordinados a Ele. Todos os outros seres vivos também podem desfrutar bem-aventurança espiritual, vida eterna e conhecimento completo em Sua companhia.
   De maneira que entender Krishna é muito difícil. Mas, embora o entendimento de Deus seja um assunto difícil, Deus Se revela no Bhagavad-gita. Ele diz: “Eu sou isso e Eu sou aquilo. A natureza material é desse jeito e a natureza espiritual é daquele jeito. As entidades vivas são assim e a Alma Suprema é assim.” Desta maneira, tudo é completamente descrito no Bhagavad-gita. Embora entender Deus seja muito difícil, isto não é difícil quando o próprio Deus nos dá o Seu próprio conhecimento. Na realidade, este é o único processo pelo qual podemos entender Deus. Entendermos Deus através de nossa própria especulação não é possível, pois Deus é ilimitado, e nós somos limitados. Se tanto o nosso conhecimento quanto nossa percepção são muito limitados, como poderemos entender o ilimitado? Se simplesmente aceitarmos a versão do ilimitado, poderemos chegar a entendê-lO. Esse entendimento é a nossa perfeição.

Biografia A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada.

   Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada apareceu neste mundo no ano de 1896 em Calcutá, Índia. Ele se encontrou pela primeira vez com seu mestre espiritual, Shrila Bhaktisiddhanta Sarasvati Gosvami, em Calcutá no ano de 1922. Bhaktisiddhanta Sarasvati, um preeminente erudito devocional e o fundador de sessenta e quatro Gaudiya Mathas (institutos védicos), gostou desse jovem educado e convenceu-o a dedicar sua vida a ensinar o conhecimento védico. Shrila Prabhupada tornou-se seu discípulo e onze anos mais tarde (1933) em Allahabad tornou-se seu discípulo iniciado em caráter formal.
   No primeiro encontro que tiveram em 1922, Shrila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura pediu a Shrila Prabhupada que difundisse o conhecimento védico através da língua inglesa. Nos anos que se seguiram, Shrila Prabhupada escreveu um comentário sobre o Bhagavad-gita Como Ele É, ajudou a Gaudiya Matha em seu trabalho e, em 1944, sem a ajuda de ninguém, dava início a uma revista quinzenal em inglês, redatando-a, datilografando os manuscritos e revisando as provas. Ele próprio distribuía os exemplares individuais gratuitamente e lutava para manter a publicação. Desde então, a revista De Volta ao Supremo continua sendo publicada ininterruptamente; agora no Ocidente seus discípulos continuam a publicá-la em dezenove línguas.
   Reconhecendo a erudição filosófica e a devoção de Shrila Prabhupada, a Sociedade Gaudiya Vaisnava honrou-o em 1947 com o título "Bhaktivedanta". Em 1950, aos 54 anos de idade, Shrila Prabhupada retirou-se da vida de casado, adotando a ordem vanaprastha (retirada) da vida a fim de dedicar mais tempo a seus estudos e escritos. Shrila Prabhupada viajou para a cidade santa de Vrindavana (local mais sagrado para o Senhor Krishna), onde viveu de maneira muito humilde no templo medieval histórico de Radha-Damodara. Ali ele se dedicou durante vários anos a estudar profundamente e a escrever. Aceitou a ordem renunciada da vida em 1959. Em Radha-Damodara, Shrila Prabhupada começou a trabalhar na obra prima de sua vida: uma tradução em muitos volumes com comentários aos dezoito mil versos do Shrimad-Bhagavatam. Escreveu também o “Fácil Viagem a Outros Planetas”.
   Em 1965, após publicar três volumes do Bhagavatam, Shrila Prabhupada viajou para os Estados Unidos no vapor Jaladuta, com apenas sete dólares no bolso, um par de címbalos de mão e alguns exemplares de seus escritos, a fim de cumprir a missão do seu mestre espiritual. Desde essa época, Sua Divina Graça escreveu mais de sessenta volumes de traduções, comentários, e estudos sumários autorizados sobre os clássicos filosóficos e religiosos da Índia.
   Quando em 1965 chegou pela primeira vez à cidade de Nova York num navio de carga, Shrila Prabhupada não tinha praticamente um tostão. Foi só depois de quase um ano de muita dificuldade que ele fundou a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna em julho de 1966. Antes de seu desaparecimento no dia 14 de novembro de 1977, ele orientou a sociedade e viu-a desenvolver-se numa confederação mundial com mais de cem ashramas, escolas, templos, institutos e comunidades rurais.
   Em 1968, Shrila Prabhupada criou Nova Vrindavana, uma comunidade védica experimental nas colinas da Virgínia Ocidental. Inspirados pelo êxito de Nova Vrindavana, agora uma próspera comunidade rural com mais de 168 alqueires, seus discípulos desde então têm fundado diversas comunidades similares em todo o mundo.
   Em 1972, Sua Divina Graça introduziu o sistema védico de educação primária e secundária no Ocidente ao fundar a primeira escola Gurukula nos Estados Unidos. Desde então, sob sua supervisão, seus discípulos têm estabelecido escolas para crianças em todo o mundo. Até agora, existem dez escolas Gurukula no mundo inteiro, com o principal centro estabelecido em Vrindavana, Índia. Shrila Prabhupada também inspirou a construção de vários centros culturais internacionais na Índia. O centro em Shridhama Mayapura na Bengala Ocidental é a área para uma cidade espiritual planejada, um projeto ambicioso cuja construção vai se estender pela próxima década. Em Vrindavana, Índia, encontra-se o magnífico templo de Krishna e Balarama e a Casa Internacional de Hóspedes. Há também um grande centro cultural e educacional em Bombaim. Há planos para se estabelecer outros centros em uma dúzia de outros locais importantes no subcontinente indiano.
   No entanto, a contribuição mais significativa de Shrila Prabhupada é seus livros. Altamente respeitados pela comunidade acadêmica, dada a sua autoridade, profundidade e clareza, esses livros são usados como livros didáticos normativos em numerosos cursos universitários. Os escritos de Shrila Prabhupada têm sido traduzidos para oitenta e cinco línguas. Estabelecida em 1972 exclusivamente para publicar as obras de Sua Divina Graça, a Bhaktivedanta Book Trust tornou-se assim o maior publicador mundial de livros no campo da religião e da filosofia védicas. Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada ficou conhecido no mundo como o fundador-atcharya da Sociedade Internacional da Consciência de Krishna (atcharya significa "aquele que ensina através de sua própria vida"). Em apenas doze anos, apesar de sua idade avançada, ele viajou pelo mundo quatorze vezes, dando conferências sobre a consciência de Krishna e ajudando seus discípulos na administração da sociedade e no fomento de novos projetos. Apesar de suas constantes viagens, Shrila Prabhupada sempre escreveu prolificamente, e suas obras constituem uma verdadeira biblioteca de filosofia, religião, literatura e cultura védicas.

As Escrituras principais


   Os Vedas são as escrituras mais antigas do mundo, mas sua data de origem nunca pôde ser fixada, nem poderá, pois eles são eternos. Enquanto outras religiões clamam que sua autoridade foi dada por Deus ou um representante dEle, os Vedas clamam que não devem sua autoridade a ninguém: eles mesmos são a autoridade, sendo eternamente o conhecimento de Deus. Eles nunca foram escritos ou criados, tendo existido por todo o tempo; assim como a criação é infinita e eterna assim também é o conhecimento de Deus. E esse conhecimento é o que significa Veda. Os Vedas formam um guia prático de como viver bem neste mundo, com um mínimo de esforço e tensão, e ser elevado ao mundo espiritual (o reino de Deus) no final da vida. Eles pavimentam o caminho para a liberação final pela boa conduta e, assim, sua mensagem passa por todas as barreiras de país, credo ou tempo. Eles são universais em seu significado e apelo, pertencem a toda a humanidade e são para todas as épocas.
   O grande pensador alemão Max Müller disse: “Eu afirmo que para um estudo do homem, não há nada no mundo igual em importância com os Vedas. Eu afirmo que para todos que prezam a si mesmos, a seus antepassados, a sua história ou a seu desenvolvimento intelectual, o estudo da literatura védica é indispensável.
   "O que são Vedas? A raiz verbal sânscrita (a antiga língua sagrada e forma literária usada nos textos védicos) de veda pode ser interpretada de várias maneiras, mas o propósito é finalmente um. Veda significa conhecimento. Qualquer conhecimento que você aceite é veda, porque os ensinamentos dos Vedas são o conhecimento original...
   No estado condicionado, nosso conhecimento está sujeito a muitas deficiências. A diferença entre uma alma condicionada e uma alma liberada é que a alma condicionada tem quatro tipos de defeitos. O primeiro é que ela não pode deixar de cometer erros. Por exemplo, em nosso país, Mahatma Gandhi era considerado uma grande personalidade, mas cometeu muitos erros. Mesmo no fim de sua vida, ele não ouviu quando seu assistente o preveniu: “Mahatma Gandhi, não vá à reunião em Nova Delhi. Tenho alguns amigos e ouvi dizer que há perigo.” Mas ele insistiu em ir e foi assassinado. Até grandes personalidades como Mahatma Gandhi, Presidente Kennedy – há tantos deles – cometem erros. Errar é humano; este é um defeito da alma condicionada.
   Outro defeito: iludir-se. Ilusão quer dizer aceitar algo que não é: maya. Maya significa aquilo que não é. Todos estão aceitando o corpo como o eu. Se eu perguntar o que você é, você dirá: “Eu sou o Sr. João; eu sou um homem rico; eu sou isto, eu sou aquilo”. Tudo isto são identificações corpóreas, mas você não é este corpo. Isto é ilusão.
   O terceiro defeito é a propensão para enganar. Todos estão propensos a enganar os outros. Apesar de ser o tolo número um, uma pessoa faz pose de muito inteligente. Embora esteja em ilusão e cometa erros, como já foi evidenciado, ainda teoriza: “Eu acho que isto é isto, e isto é isto.” Mas ela nem mesmo conhece a sua própria posição. Escreve livros de filosofia, apesar de ser defeituosa. Esta é sua doença. Isto é enganar.
   Finalmente, nossos sentidos são imperfeitos. Temos muito orgulho de nossos olhos. Freqüentemente há quem desafie: “Você me pode mostrar Deus?” Mas você tem olhos para ver Deus? Você jamais O verá se não tiver os olhos. Se de repente a sala escurese, você nem consegue ver suas mãos. Então qual é o seu poder de visão? Não podemos, portanto, esperar conhecimento (veda) com estes sentidos imperfeitos. Com todas estas deficiências na vida condicionada, não podemos dar conhecimento perfeito a ninguém. Nem nós próprios somos prefeitos. Por isso, aceitamos os Vedas como eles são.
   Os Vedas não são compilações de conhecimento humano. O conhecimento védico vem do mundo espiritual, do Senhor Krishna. Outro nome para os Vedas é shruti. Shruti refere-se ao conhecimento adquirido através da audição; não é conhecimento experimental. O shruti é comparado à mãe. Adquirimos muito conhecimento de nossa mãe. Por exemplo, se você quer saber quem é seu pai, quem melhor lhe pode responder? Sua mãe. Quando a mãe diz: “Eis aqui seu pai”, você tem que aceitar isso. Não é possível, por experimentação, descobrir se ele é seu pai. Da mesma forma, é necessário que você aceite os Vedas caso queira conhecer alguma coisa além sua experiência, além de seu conhecimento experimental, além das atividades dos sentidos. Experimentar está fora de cogitação. Já foi experimentado. Já foi determinado. A versão da mãe, por exemplo, tem que ser aceita como verdade. Não há outro meio.
   Há três tipos de evidências: pratyaksha, anumana e shabda. Pratyaksha quer dizer direto. A evidência direta não é muito boa porque nossos sentidos não são perfeitos. Vemos o sol diariamente, e ele nos parece semelhante a um pequeno disco, mas, na realidade, ele é maior, bem maior que muitos planetas. Que valor tem esta visão? Está claro que a experiência direta não é perfeita; temos que ler livros. Então poderemos entender sobre sol. Em seguida, vem o conhecimento indutivo, a hipótese: “Pode ser assim”. Por exemplo, a teoria de Darwin diz que pode ser assim, pode ser assado, mas isso não é ciência. É uma sugestão e também não é perfeita. Mas se você recebe o conhecimento das fontes autorizadas, isso é perfeito. Quando você recebe uma programação das autoridades de uma estação de rádio, você a aceita; você não a recusa nem tem de verificá-la, uma vez que a recebeu das fontes autorizadas.
   O conhecimento védico é chamado shabda-pramana. Um outro nome é shruti. Shruti quer dizer que este conhecimento tem que ser recebido simplesmente através da recepção auditiva. Os Vedas ensinam que, para compreender o conhecimento transcendental, temos que ouvi-lo da autoridade. O conhecimento transcendental é conhecimento que está além deste universo. Dentro deste universo está o conhecimento material, e além deste universo, o conhecimento transcendental. Nem mesmo podemos ir ao fim do universo, como então podemos ir ao mundo espiritual? Assim, é impossível adquirir conhecimento completo." [“Shri Ishopanishad”, Inrodução]

Natureza de alma

   Quem sou eu? – isso é pergunta principal na vida de cada pessoa inteligente. Depende de nossa resposta aparecem os diferentes deveres e propósitos de vida. Então, vamos ver o que podemos descobrir.
   Você fala "isso é minha mão" e não "eu sou mão". Certo? "Meu rosto", não é "eu sou o rosto". "Minha perna", "minha barriga", etc. e em fim "meu corpo". Compreende? Você não é corpo, mas possuidor dele. Mesma maneira, como você fala: "minha casa", "meu computador", "minha escola", etc. Certo?
   Você não é o corpo, mas o possuidor dele. De outro lado, você já escutou fala as lamentações das pessoas sobre a morte de alguém? Como elas falam? "Por que você nos deixou?" Quem deixou? O cadaver aqui, em frente. Mas deixou alguma coisa, que dá a vida (movimento, reprodução, fala, pensamentos, etc.) para este corpo.
   Assim, nos chegaremos a conclusão, que "eu" verdadeiro e o corpo são substâncias diferentes. Para frente logica mundana já não resolve nada. Ciencia pensa um jeito, mas depois algum tempo eta troca a opinião, aparecem as novas hipotezes e sem confirmação eles rejeitados, e assim por diante. Por isso, devemos escutar a opinião de Pessoa que tudo conhece, de Deus.
   “Para a alma, em tempo algum existe nascimento ou morte. Ela não passou a existir, não passa a existir e nem passará a existir. Ela é não nascida, eterna, sempre-existente e primordial. Ela não morre quando o corpo morre”. [Bhagavad-gita, 2.20]
   “Qualitativamente, a pequena parte atômica fragmentária do Espírito Supremo é una com o Supremo. Ao contrário do que se passa com o corpo, ela não sofre mudanças. Às vezes, a alma é chamada estável, ou kutastha. O corpo está sujeito a seis espécies de transformações. Ele nasce do ventre do corpo da mãe, permanece por algum tempo, cresce, produz alguns efeitos, definha gradualmente, e acaba caindo no esquecimento. A alma, entretanto, não passa por essas mudanças. A alma não nasce, porém, como aceita um corpo material, o corpo nasce. A alma não nasce nessa ocasião, e a alma não morre. Tudo o que nasce também morre. E porque não tem nascimento, a alma, portanto, não tem passado, presente ou futuro. Ela é eterna, sempre-existente e primordial – isto é, não há na história indício de quando foi que ela veio a existir. Com base no corpo, buscamos a história do nascimento, etc., da alma. Diferentemente do corpo, a alma jamais fica velha. É por isso que o suposto ancião sente como se tivesse o mesmo espírito de sua infância ou juventude. As mudanças do corpo não afetam a alma. A alma não se deteriora como uma árvore, ou alguma entidade material. Tampouco a alma tem algum subproduto. Os subprodutos do corpo, a saber, os filhos, são também diferentes almas individuais, que, por causa do corpo, aparecem como filhos de um homem em particular. O corpo se desenvolve por causa da presença da alma, mas a alma não tem ramificações nem sofre mudanças. Portanto, a alma está livre das seis mudanças corpóreas”. [Bhagavad-gita, 2.20 significado]
   Nos não podemos provar a existência de alma, ou a nossa natureza espiritual, com os experimentos científicos baseados na física, química e as outras ciências naturais. A alma espiritual é outro tipo de energia do Senhor Supremo, por isso prova de existência de alma deve ser diferente. Vamos um pouco analisar.
   Primeiramente, podemos ver que sempre procuramos a vida longa e saudável, mas de corpo não podem surgir estas idéias, porque o corpo, como a qualquer coisa material, seja destruído depois algum devido tempo. Só a presença um princípio vital deixa o corpo permanecer e não estragar tanto rápido.
   Segunda prova, que nos podemos compreender, que as inúmeras tentativas feitas para obter os bens materiais, poder, fama, etc. ainda não fizeram feliz nenhuma pessoa. Isso é semelhante como a peixe na beira de rio. Nos podemos criar para o peixe um conforto agradável, construir a casa própria, trazer o carro do ano, um premio de mega-sena, etc., e com todas nossos esforços o peixe continua sofrer. Porque natureza de peixe não é ar, mas a água. Somos temos a natureza espiritual, por isso nenhuma coisa material nunca traz e não vai trazer satisfação nenhuma.
   Terceira prova é mais interessante. Quando a pessoa segue as regras e regulações das Escrituras Sagradas, ela desenvolve um tipo de caráter do que outra pessoa que não segui nada. Assim, podemos compreender, que as Escrituras não são criação de inteligência humana, que sempre inova as leis quais são incapazes terminar com crime, corrupção, etc.

Que é o Movimento Hare Krishna?

   “O objetivo deste movimento para a consciência de Krishna é propagar o nome de Deus, as glórias de Deus, as atividades de Deus, a beleza de Deus e o amor de Deus.”
   Shrila Prabhupada




   O movimento Hare Krishna, – oficialmente conhecido como Sociedade Internacional da Consciência de Krishna (ISKCON*), – é uma organização mundial que apresenta uma antiga religião monoteísta dedicada à divulgação do amor a Deus, em particular mediante a prática de canto do mantra** Hare Krishna. Fundado por Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada em 1966, o movimento tem crescido em popularidade e influência e, atualmente, é conhecido e respeitado no mundo inteiro.
   A filosofia da ISKCON, – com sólidos fundamentos baseados na literatura védica, incluindo o célebre Bhagavad-gita, e nos ensinamentos do Senhor Tchaitanya Mahaprabhu – elucida detalhes sobre a natureza de Deus, da alma, da criação e de suas inter-relações, bem como fornece orientações práticas de como levar uma vida feliz, pura e espiritualmente progressiva.
   O movimento da consciência de Krishna é uma instituição espiritual e educacional com centros culturais, comunidades alternativas e escolas em todo o mundo. Nesses centros, os membros se congregam e os visitantes interessados aprendem sua filosofia e práticas espirituais.
   A Sociedade Internacional para a consciência de Krishna ajuda positivamente a sociedade no desenvolvimento da religião, educação, cultura e ação social. Esta sociedade ajuda para o Governo na resolução dos problemas. Assim, a atividade deste movimento recebeu alta avaliação dos políticos, lideres da sociedade e de outras pessoas.
   ***
   “O objetivo último deste movimento é educar as pessoas no amor de Deus. O Senhor Tchaitanya Mahaprabhu aprova a conclusão de que a perfeição máxima da vida humana é aprender a amar a Deus. O movimento para a consciência de Krishna nada tem a ver com a religião hindu ou qualquer outro sistema de religião. Nenhum cavalheiro cristão estará interessado em mudar sua fé cristã para a fé hindu. Da mesma forma, nenhum cavalheiro hindu, que seja culto, estará disposto a passar para a fé cristã. Mudanças desse tipo são para homens que não têm status social firmado. Mas todos estarão interessados em compreender a filosofia e ciência de Deus e levá-la a sério. Deve-se compreender claramente que o movimento para a consciência de Krishna não está pregando a suposta religião hindu. Estamos apresentando uma cultura espiritual que pode resolver todos os problemas da vida, e por isso ela está sendo aceita em todo mundo”. [“A Ciência da auto-realização”, p.106-107]

-----------------
   * – ISKCON: Internacional Society for Krishna Consciousness [em inglês].
   ** – mantra: uma sílada, palavra, ou verso cantados ou em que se matida a fim de invocar compreensão ou percepção espiritual.
-----------------



   Os Sete Propósitos da ISKCON

   1. Propagar sistematicamente o conhecimento espiritual entre a sociedade em geral e educar todas as pessoas nas técnicas da vida espiritual a fim de restabelecer o equilíbrio dos valores na vida e alcançar assim a verdadeira união e paz mundiais.

   2. Propagar a consciência de Krishna (Deus), como é revelada nas grandes escrituras da Índia, o Bhagavad-gita e o Shrimad-Bhagavatam.

   3. Unir os membros da sociedade uns dos outros e torná-los mais próximos de Krishna, a entidade primordial, desta forma desenvolvendo a idéia, entre os membros e a humanidade em geral, que cada alma é parte integrante da qualidade do Supremo (Krishna).

   4. Ensinar e encorajar o movimento de sankirtana, o canto congregacional do santo nome de Deus, como revelado nos ensinamentos do Senhor Shri Tchaitanya Mahaprabhu.

   5. Erigir, para os membros e para a sociedade em geral, um local sagrado de passatempos transcendentais dedicado à personalidade de Krishna.

   6. Manter os membros unidos com o propósito de ensinar um modo de vida mais simples e natural.

   7. Tendo em vista o cumprimento dos propósitos acima mencionados, publicar e distribuir periódicos, revistas, livros e outros escritos.

Agora você recebeu um chance…

   ...para conhecer o Movimento Hare Krishna em Interlagos, zona Sul, São Paulo-SP! Se você interessado por este assunto, por favor, entra em contato comigo. Vou ser feliz explicar pra você em maneira suficiente e clara.

Como lembrar o nome deste site? É muito simples: inter (de palavras Interlagos) e Krishna (nome de Deus). Assim, indica para os seus amigos: interkrishna